A primeira vista, pode parecer legítimo
escapar de uma grande cidade em nome da saúde familiar,
principalmente para quem tem o privilégio de uma casa na praia ou um sítio no
interior. O caso de Múrcia, no entanto, chama a atenção para o perigo que os
deslocamentos representam dentro de um quadro de pandemia. Além de colocar em
risco a vida de outras pessoas, "fugir" de uma zona de contágio
comunitário também pode implicar um forte impacto nos sistemas de saúde e
abastecimento de regiões mais vulneráveis. Em outras palavras, é um ato que não
preza pelo coletivo, um salve-se quem puder.
Por este motivo é importante que a
população compreenda a importância vital de ficar, literalmente, em casa para o
bem de todos. E que, nas atuais circunstâncias, o conceito de "casa"
não se estende ao sítio no interior, a uma segunda residência no litoral ou à
fazenda nos confins do Brasil. "Quarentena não é férias", como disse
o prefeito do Guarujá Válter Suman (PSB) na última quarta-feira, enquanto
percorria pessoalmente as praias cheias da cidade paulista, na tentativa de
conscientizar os turistas inoportunos.
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